Em 2024, os fãs de fisiculturismo e demais esportes físicos de alto rendimento, procuravam encontrar respostas para a derrota de Ramon Dino no Mr. Olympia em Las Vegas, ainda mais que o 1º título do acreano de Rio Branco poderia aposentar de vez o hexa-campeão Chris "CBum" Bumstead.
Passado mais um título - o último - do canadense, veio a edição brasileira do Mr. Olympia, onde o público local tentava entender o motivo de Dino sequer chegar entre o Top 3, sendo que, apesar de CBum, Ramon era sim o favorito. Mesmo assim, Dino veio ao Anhembi, disputou a edição brasileira, venceu, e mostrou para os fãs locais, que o título mundial estava "maduro".
Distrito Anhembi, São Paulo. Um ano depois.
Aconteceu, entre 17 e 19 de outubro de 2025, o Mr. Olympia Brasil. Organizado pelo Savaget Group - o mesmo organizador do Arnold Sports Festival Latin America - e que teve o patrocínio master da Cimerian, a edição brasileira, como de costume, ocorreu uma semana após a edição principal que acontece na capital do estado de Nevada (EUA).
Dessa vez, com festa. E muita festa!
Se antes, os brasileiros ficavam acordados nas madrugadas de sábado para domingo acompanhando os lutadores clássicos do UFC, muitas vezes a comemorar vitórias, em 12 de outubro de 2025, os mesmos brasileiros não tiraram os olhos do YouTube para torcer.
Por mais que a vitória poderia ser certa, o alemão Michael "Mike" Sommerfeld e o local Terence "Ruff Diesel" Ruffin - guarde este nome - estavam de olho em uma zebra. Improvável, claro.
Por mais que, no feminino, o Brasil passeia a passos largos no Mr. Olympia (como também passeou bonito em 2025), faltava o masculino. O Brasil sonhava com o lugar que já pertenceu a Arnold Schwarzenegger e Ronnie Coleman. O "Dinossauro Acreano", que venceu em São Paulo, conseguiu vencer em Las Vegas, e se tornar o primeiro brasileiro a ser campeão mundial de fisiculturismo.
E falando justamente em São Paulo, assim como em 2023 e 2024, o Correio te conta como foi a edição brasileira da principal competição de fisiculturismo do mundo.
O Mr. Olympia Brasil 2025 começou na sexta (17), com a tradicional coletiva de imprensa com organizadores e embaixadores do evento.
Ana Paula Leal e Luís Felipe Bonilha, do Savaget Group, a tricampeã mundial e heptacampeã do Arnold Classic Ângela Borges, o deputado estadual, professor e atleta Felipe Franco, Tamer El-Guindy, diretor-executivo (CEO) da MuscleContest e Marcos Ferrari, campeão de Strongman PRO e considerado um dos atletas mais fortes da América Latina, atenderam a imprensa e falaram sobre diversos assuntos relacionado ao Mr. Olympia, e ao esporte em geral.
Franco, por exemplo, falou sobre a possibilidade do fisiculturismo ser esporte olímpico. E, em entrevista exclusiva ao Correio, Ana Paula Leal, falou sobre os rumores do Mr. Olympia sair de Las Vegas e vir para o Brasil.
Você pode acompanhar Felipe Franco e Ana Paula Leal em nosso Instagram.
No sábado (18), Ramon Dino se apresentou no Auditório Celso Furtado do Distrito Anhembi para o público brasileiro pela primeira vez após o título mundial conquistado. Não é preciso dizer que Rocha Queiroz, que virou até matéria no Fantástico da TV Globo e "Bola da Vez" da ESPN Brasil, parou o Anhembi. Literalmente!
Mas, foi só Dino o destaque? Não. Aliás, outro atleta com "nome animal" está a surgir no panteão nacional dos Mr. Olympia do Brasil, além de Dino, Rafael Brandão, Júlio César "Gorila" e outros nomes.
Na barraca do Pantera
Que o Brasil está repleto de histórias de superação, isso, você leitor, você leitora já sabe. Como o próprio Ramon, aliás.
Vencer em São Paulo, vindo do interior do país, não é para qualquer um.
Coube a Rodrigo Pantera, um ex-feirante nascido em Brejões, no interior baiano, vencer as categorias amadoras Classic Physique Open C (Overall), garantindo o Pro Card e a chance de ir para Las Vegas em 2026.
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(Pantera com esposa e filha no palco do Auditório do Anhembi/Foto: Giba Jr.)
Pantera, que até então, era produtor de conteúdo na rede social TikTok, entrou no fisiculturismo amador, e após as vitórias em São Paulo, além de ter a transição de carreira (merecida, de fato), já mira no principal nome do fisiculturismo no mundo: Ramon Rocha Queiroz.
"A gente vai trabalhar ainda mais pesado e pegar a vaga para o Olympia competindo com o Ramon, se Deus quiser!", disse Pantera.
Já no domingo (19), no último dia, repetiu-se a importância da edição brasileira da competição, com a apresentação - e título - de Terrence "Ruff Diesel" Ruffin (lembra dele?), que conversou gentilmente com o Correio e elogiou os competidores brasileiros.
"Eu amo o Brasil! Eu costumo dar bastante entrevistas, mas preciso dizer que é muito legal sobre como o público brasileiro apoia os fisiculturistas, é muito interessante!", disse Ruff.
Questionado sobre a sensação de ser um dos três melhores fisiculturistas do mundo, o americano completou: "É legal, estou muito feliz, mas nunca satisfeito! Quero estar sempre melhor, luto para ser Mr. Olympia um dia!".
Tradição
No encerramento das apresentações competitivas, e logo após o título de Ruff, conversamos com Tamer El-Guindy, diretor-executivo (CEO) da MuscleContest, e perguntamos se o Mr. Olympia Brasil é "pé quente", afinal Dino venceu em São Paulo em 2024 e venceu em 2025 nos EUA, e dessa vez aqui, venceu o medalha de bronze em Las Vegas.
"(O Mr. Olympia Brasil) Está se tornando um evento de tradição, por quê você acha que o Terrance quis vir aqui, competir no Brasil? Se tornou um evento de tradição, o Tyler Manion (vice-presidente IFBB) está aqui, tiveram dois juízes do Mr. Olympia de Las Vegas aqui, este evento está só crescendo!", disse o executivo paulista que também chegou a produzir o Mr. Olympia nos Estados Unidos.
Nosso Estado
E quem disse que o estado de São Paulo não teve representantes entre os vencedores? O Correio conversou com Fernando Couto, vice-campeão da categoria Bodybuilding amador. Morador de Santo André, Couto contou um pouco sobre a competição e sua opinião sobre o público local.
"Foi muito gratificante ser um dos vencedores, o evento estava super organizado, ofereceu toda a infraestrutura, e que bom que pude consagrar esta vitória!", disse Couto, que também disse ter sido emocionante estar no mesmo palco onde um dos três melhores do mundo havia passado.
Questionado sobre o que havia dito Ruff Diesel em relação ao público brasileiro, Fernando explicou muito bem.
"Somos mais calorosos! A gente abraça mais, brinca. Toda vez que tem festa, conseguimos nos divertir! Onde tem alguém celebrando uma vitória, a gente vai lá e abraça! Seja qualquer categoria, mesmo as aquelas que muitos não entendem, e agora que está se tornando mais conhecido, fica cada vez mais fácil!".
Quem Ganhou
Confira os demais vencedores do Mr. Olympia Brasil 2025:
Profissionais
- Bikini: Sharon Ramos (República Dominicana), Bruna Toigo e Maria Alexsandra Rocha (Brasil)
- 212: Felipe Morais, Fabrício Moreira e Andrey Pereira (Brasil)
- Classic Physique: Terrence Ruffin (Estados Unidos), Fábio Junior, Jhone Jhoninho (Brasil)
Amadores
- Bodybuilding: Chirstian Lucena (overall), Fernando Couto e Alexandre Trindade
- Classic Physique: Rodrigo Pantera (overall), Igor Santos e Rodrigo Pereira
- Fit Model: Caroline Dvorak (overall), Carolina Russo e Priscila D'ávila
- Figure: Katrine Mendonça (overall), Hellen Leal e Marcele Marques
- Women's Physique: Mariana Ferreira (overall), Camila Teixeira e Ariene Nicoletti
- Wellness: Genica Matos (overall), Cleide Martins e Regiany Nunes do Santos
- Bikini: Maria Santos (overall), Márcia Rocha e Clarina Ferreira
- Men's Physique: Lucas Barreto (overall), Phablo Henrique Silva Gomes e Cleones Max
Tivemos muitas histórias em 2024 e 2025 no Mr. Olympia Brasil que o Correio te contou, certo? Imagine em 2026! Não deixe de nos acompanhar!
(Com a colaboração de Michelle Souza e portal Terra)
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